Nem mesmo os personagens mais audaciosos e poderosos da ficção ou do nosso judiciário chegam perto do currículo de Célia Soares, cearense de 43 anos presa nesta quarta-feira (20/08/25) na BR-304, em Mossoró, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao se apresentar a um motorista de aplicativo, ela portava um cartão de visitas que se dizia desembargadora, juíza de todas as garantias, promotora, advogada, chefe da Interpol, agente do FBI, juíza militar e até psiquiatra e psicanalista, entre outros cargos mirabolantes.
A audácia da mulher era tamanha que, em frente ao seu suposto escritório no bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte (CE), uma placa anunciava títulos como “guardiã da democracia mundial”, “juíza independente” e “chefe fiscalizadora dos ministros do STF”. Um verdadeiro catálogo de poderes impossíveis de conferir na vida real.
O alerta veio de um motorista de aplicativo desconfiado. Ele estranhou a grande quantidade de bagagem, os títulos conflitantes apresentados e a história de que a passageira estaria em Mossoró apenas para tomar posse de um cargo na prefeitura. Sem hesitar, levou as três mulheres – ela, a mãe e a filha – a um posto da PRF.
No posto, a farsa se confirmou: a mulher apresentou certificado de posse falso e uma carteira da OAB com indícios de falsificação, sem chip, com dados incompatíveis e inscrição pertencente a outro advogado do Paraná. A Polícia Civil confirmou o uso de documentos falsos e apreendeu o celular da suspeita. As acompanhantes foram ouvidas e liberadas.
Blog Ismael Souza*