A Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou, nas primeiras horas desta quarta-feira (24), a “Operação Pouso Forçado”, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso que envolvia inserção de dados falsos em sistemas informatizados de um banco público, além da prática de lavagem de dinheiro. Segundo as autoridades, o esquema criminoso desviou mais de 12,5 milhões de pontos do programa de relacionamento da instituição financeira, causando prejuízo relevante e caracterizando enriquecimento ilícito dos investigados.
As investigações apontaram que três funcionários da instituição financeira, valendo-se das funções públicas que exerciam, fraudaram o sistema de pagamento de planos de previdência, vinculando-os indevidamente a cartões de crédito pertencentes a eles próprios e a familiares. Os valores lançados nos cartões ultrapassavam os limites disponíveis, resultando no estorno das transações por insuficiência de saldo. Apesar disso, os pontos gerados pelo programa de fidelidade eram mantidos e creditados normalmente nas contas dos envolvidos.
Esses pontos, popularmente conhecidos como “milhas”, eram posteriormente convertidos, de maneira dissimulada, em dinheiro, bens e passagens aéreas, sobretudo internacionais, movimentando cifras expressivas.
Durante o cumprimento das medidas cautelares autorizadas pela Justiça, foram apreendidos documentos, computadores, celulares, extratos bancários, mais de 40 cartões de crédito, grande quantidade de munições, três armas de fogo, além de valores em espécie: R$ 28.050,00 e US$ 15.100,00 (quinze mil e cem dólares). Também houve o sequestro judicial de veículos e a decretação de bloqueio de bens dos investigados no montante de R$ 2,5 milhões.
O nome da operação faz alusão à prática ilícita de “fabricar pontos” de forma fraudulenta, cujo destino inevitável foi o “pouso forçado” pela ação da Polícia Civil. A referência reforça ainda que os pontos acumulados foram utilizados tanto para ganhos financeiros diretos quanto para custear inúmeras viagens, consolidando o caráter patrimonial e ostensivo do crime.
A ação contou com apoio do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR/LD), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Norte (SEFAZ) e de outros órgãos parceiros.
TN*