A Polícia Federal (PF) apontou, em petição encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicam incentivo dele próprio às sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao governo brasileiro.
Os investigadores destacam que as primeiras investidas de Bolsonaro e do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é filho do ex-mandatário, começaram em 7 de julho, quando Trump publicou mensagem sobre o “tratamento do ex-presidente”.
Para a PF, Bolsonaro atuou para instigar seus seguidores contra o Poder Judiciário e suas ações foram cruciais para que Trump adotasse medidas contra o Brasil, “buscando criar entraves econômicos nas relações comerciais entre os Estados Unidos da América e o Brasil, a fim de obstar o regular prosseguimento da Ação Penal nº 2.668, em trâmite nesta Suprema Corte, que visa apurar a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022”.
“As ações de Jair Messias Bolsonaro demonstram que o réu está atuando dolosa e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho Eduardo Nantes Bolsonaro com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa CORTE no julgamento da AP 2.668/DF”, escreveu Moraes na decisão.
O governo norte-americano aplicou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o que abriu questionamentos comerciais que podem ter implicações para o país. Bolsonaro foi alvo de nova operação da PF na manhã desta sexta-feira (18) e terá de usar tornozeleira eletrônica, já que a corporação apontou risco de fuga do ex-presidente.
Medidas restritivas
Além das buscas em endereços ligados a Bolsonaro, o ex-presidente é alvo de medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe de Estado.
Moraes ordenou ao menos três medidas restritivas: 1) uso de tornozeleira eletrônica; 2) proibição de contato com o filho Eduardo Bolsonaro; e 3) proibição de redes sociais.
*Com informações do Metrópoles