Polícia Civil investiga casos de assédio em ônibus circular da UFRN

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte deu início a uma investigação para apurar casos de assédio e importunação sexual no ônibus Circular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). As denúncias foram protocoladas nas últimas semanas tanto na Universidade quanto na Polícia Civil, que já registrou pelo menos 15 Boletins de Ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). A Ouvidoria da UFRN também recebeu denúncias sobre a onda de casos nas linhas de ônibus da instituição.

Segundo os relatos, os casos começaram a acontecer desde fevereiro de 2025 e se intensificaram também no mês de março. As vítimas se juntaram em um grupo de WhatsApp de estudantes da UFRN para compartilhar relatos e vivências. Ainda de acordo com as vítimas, os crimes ocorrem no ônibus Expresso Reitoria e Expresso C&T.

Sob anonimato, a TRIBUNA DO NORTE conversou com duas estudantes que foram vítimas de assédio e importunação sexual. As duas já registraram Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil do Rio Grande do Norte, que investiga os casos.

Em um desses casos, nos primeiros dias deste mês, uma estudante da instituição disse que viu um homem a encarando e ao entrar no Circular percebeu que ele foi para perto dela. “Conforme o pessoal ia subindo, ele foi se aproximando cada vez mais. No começo, senti algo encostando em mim. Achei que podia ser só a bolsa dele, até porque é normal isso acontecer ainda mais com o ônibus cheio. Mas quando o ônibus começou a andar, senti a mão dele me apalpando. Olhei para trás e vi que realmente era a mão dele, mas ele a cobria com a bolsa”, disse a jovem, que relatou ainda que o homem continuou a apalpá-la e a seguiu após a descida do ônibus.

“Como estudante da UFRN, a sensação foi de impotência e revolta. A gente espera que um espaço universitário seja seguro, mas infelizmente nem mesmo dentro do campus temos essa garantia. Isso mostra a urgência de medidas mais efetivas de segurança e acolhimento para as vítimas. Não tivemos nenhum até agora”, disse.

Em mais um relato, uma outra estudante disse que a sua situação aconteceu em meados de março, próximo ao horário do almoço. Ela conta que estava na primeira semana de aula e que um rapaz sentou ao lado dela, forçando contato nas pernas da vítima utilizando uma mochila. “Ele estava com uma bolsa grande, deitou essa bolsa nas pernas dele e a mão dele ficou por baixo. Nisso, o circular seguiu o trajeto e segui algo na minha perna”, apontou.

TN*

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