O Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte atendeu 101 ocorrências de incêndios florestais na primeira semana de setembro. A região mais preocupante foi a de Mossoró, que teve o maior número de ocorrências registradas. Foram atendidas, em média, 15 ocorrências por dia naquela área.
“Nesta época de baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas, a propagação do fogo é favorecida. Em contato com o material combustível da vegetação, que é propenso a incêndios, as chamas podem se alastrar rapidamente. Por isso, precisamos estar atentos e pedimos também o apoio da população nessa conscientização“, explicou o tenente-coronel Jerbes Lucena, da Diretoria de Engenharia e Operações do CBMRN.
Segundo relatórios da Diretoria de Engenharia e Operações, a região de Mossoró lidera as estatísticas com 33 ocorrências, seguida pela Região Metropolitana de Natal com 31, região de Pau dos Ferros, no Alto Oeste, com 24, e por último Caicó, no Seridó, com 13 atendimentos.
Denúncias
Quem observar um foco de incêndio pode entrar em contato direto com o Corpo de Bombeiros pelo número 193.
Desertificação
O Rio Grande do Norte já é afetado por problemas de desertificações e áreas de seca. Para evitar o avanço dessa degradação, o Governo do Estado lançou o Plano Estadual de Prevenção Ambiental e Combate às Queimadas e Incêndios Florestais – RN Sem Chamas, para evitar queimadas e incêndios florestais e avançar no monitoramento de áreas queimadas.
Pelos dados levantados pelo Corpo de Bombeiros, grande parte dos incêndios foram iniciados em restos de lixo depositados em áreas abandonadas, próximas a áreas de vegetação por causa da queima de resíduos sólidos (entulhos, lixões), queima para limpeza de terrenos e em margens de rodovias, queima para cultivo agrícola, caça predatória, além da baixa umidade relativa do ar do período de estiagem e do aumento da intensidade dos ventos.
Nos últimos anos, as cidades de Patu, Parelhas e Portalegre sofreram incêndios de grandes proporções. Em Portalegre foi preciso enviar reforço para combater o incêndio na região serrana em 2019. Já em Patu, no mesmo ano, o fogo atingiu uma grande área da Serra do Lima que abriga, além do Santuário do Lima, uma vasta vegetação utilizada como base de pesquisa para cursos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Já no ano seguinte, em 2020, um novo incêndio de grandes proporções atingiu a vegetação que cobria a Serra da Capelinha, em Parelhas. O fogo era tão intenso, que as chamas registradas na região montanhosa podiam ser vistas do centro da cidade. Os incêndios comprometeram a vegetação e a biodiversidade local.
Além de prevenir e combater o surgimento de queimadas o Plano prevê, também um trabalho de investigação com parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema), Bombeiros, Instituto Técnico e Científico de Perícia (Itep), Polícia Militar, Defesa Civil e Polícia Civil, além de colaboradores como Ibama, Caern e as Secretarias de Meio Ambiente dos municípios. Além de campanhas educativas, proprietários rurais também serão orientados quanto ao risco de queimadas nos terrenos.
Agência Saiba Mais*