A coragem de Styvenson é só para preto e pobre

Deixando a superficialidade de lado em torno da nova polêmica envolvendo o senador Styvenson Valentim (PODEMOS) em que ele declara que nasceu para dar tapa em vagabundo e comparou o Senado a um chiqueiro.

Deixo primeiramente o vídeo e depois volto ao assunto:

A fala do senador mostra que ele foi um policial corajoso que não pensava duas vezes em bater em vagabundo, geralmente gente preta e pobre. Não estou aqui passando pano para bandido, mas quantos pretos e pobres apanham da polícia sem ter culpa no cartório?

A fala de Styvenson não é problemática pela truculência que salta aos olhos, mas também pela forma como ele lida com as diferenças sociais.

Se nos tempos de farda era porrada para cima dos vagabundos, nos de terno e gravata ele adota uma postura de impotência diante dos políticos corruptos. O machão que prende e arrebenta reclama passivamente por precisar chamar bandidos de colarinho branco de “vossas excelências”.

Styvenson em três anos de mandato não enfrentou a corrupção no Senado com a mesma coragem que diz ter quando lidava com a chinelagem.

Nunca vi o senador batendo de frente numa sessão contra algum dos políticos corruptos que diz combater. Lá no plenário ele é discreto, manso e calado.

Na CPI da covid-19 no Senado, Styvenson só apareceu uma vez. A corrupção salta aos olhos a cada depoimento e o paladino não se importa. Já a CPI da Assembleia mexe com os instintos mais primitivos do parlamentar que até tentou participar ontem de uma sessão.

Como todo político, Styvenson faz cálculo político. Ele não quer desagradar o eleitor bolsonarista e aposta na revolta seletiva contra a corrupção para atingir o antipetismo.

Styvenson é menos coerente do que imaginei.

No final deste artigo lembro que coragem é enfrentar quem tem poder de fato.

Fonte: Blog do Barreto*

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