Todo mundo é culpado por Robinson Faria ter atrasado quatro folhas de pagamento em sua passagem pelo Governo do Rio Grande do Norte.
Menos ele!
Esta semana ele culpou o PT e a governadora Fátima Bezerra (PT) por terem boicotado a gestão dele. A história é inverossímil porque a então presidente Dilma Rousseff caiu em abril de 2016 e foi justamente neste mês que ele começou a atrasar salários.
Este sim era um governo em que Fátima tinha alguma influência.
Durante todo o período correspondente ao mandato tampão de Michel Temer o então governador Robinson Faria atrasou salários. Nesse período Fátima já estava distante do poder federal.
Ele ainda recebeu algumas ajudas do Governo Temer. Uma delas foi um aporte para a saúde que ele desviou de finalidade para pagar os servidores dessa área respondendo na justiça até hoje por isso.
Essa história de culpar o PT pelos atrasos salariais pega de surpresa quem conhece a história recente do Rio Grande do Norte e contradiz declarações passadas de Robinson que na época culpava outros atores políticos.
Em agosto de 2018 ele deu uma entrevista a 96 FM em que culpou as oligarquias Alves, Maia e Rosado por terem brecado um aporte de R$ 600 milhões naquele ano que ajudaria a botar a folha em dia. “Os ex-governadores que quebraram o Rio Grande do Norte, e que agora estão unidos em torno de mais um Alves, estão com saudade de quebrar mais o Estado. Quando fui a Brasília tentar regularizar a folha, fiquei só. Consegui até uma medida provisória de R$ 600 milhões, mas era eu saindo de uma porta e eles entrando na outra para falar com os ministros do TCU para não liberar o dinheiro. Eu posso provar e vou mostrar quem foram eles. Eu tenho testemunha. Os próprios ministros disseram que ficaram indignados com os políticos que foram lá para não liberar o dinheiro para pagar o servidor. Era para a folha estar em dia há muito tempo, se eu não tivesse sido boicotado pelo acordão Alves, Maia e Rosado”, disparou.
Na entrevista ele não atribuiu qualquer culpa a Fátima.
A verdade é que Robinson não é capaz de fazer uma autocrítica pelo desastre administrativo que protagonizou e agora tenta jogar a culpa contra qualquer adversário que se poste a sua frente. Em 2018 eram os oligarcas, em 2022 é Fátima Bezerra.
A culpa pelos atrasos é quem for ser maior oponente na ocasião.