“A tempestade passou, agora é hora de reconstruir”, afirma Jaime Calado

O prefeito de São Gonçalo do AmaranteJaime Calado, abriu oficialmente o ano legislativo de 2025 com a leitura da mensagem anual na Câmara Municipal, detalhando a situação financeira e administrativa do município e apresentando os planos de recuperação. Segundo o prefeito, a nova gestão herdou um cenário de colapso financeiro, com dívidas milionárias, serviços essenciais paralisados e um desmonte administrativo. “A tempestade passou, agora é hora de reconstruir”, afirmou Calado.

Jaime Calado revelou que a gestão anterior deixou um rombo fiscal de R$ 218 milhões, comprometendo a capacidade de investimento da Prefeitura. O prefeito denunciou o cancelamento irregular de R$ 114 milhões em empenhos, que, segundo ele, foi uma manobra para mascarar o real estado das contas municipais. Além disso, a dívida previdenciária do município ultrapassa R$ 26 milhões, colocando em risco o pagamento futuro de servidores aposentados. “A cidade foi entregue sem dinheiro em caixa, enfrentando bloqueios judiciais e credores sem pagamento”, declarou.

Entre os bloqueios identificados pela nova gestão estão R$ 8 milhões bloqueados desde 31 de dezembro devido ao não pagamento dos juros do empréstimo Alfon Plata, R$ 44 milhões em parcelas do empréstimo que precisam ser quitadas apenas em 2025, R$ 2 milhões em dívidas do SAAI com a COSERN, comprometendo o abastecimento de água, além de empresas essenciais sem receber, incluindo a responsável pelo fornecimento de caixões funerários. “Os números falam por si. São Gonçalo foi entregue em estado de abandono, com serviços essenciais sucateados e dívidas acumuladas”, enfatizou Calado.

O prefeito também apontou um colapso na saúde pública, com atrasos de pagamento a fornecedores e hospitais sem repasses desde novembro. O Hospital Belarmina Monte, por exemplo, ficou dois meses sem receber verbas da Prefeitura. Outro problema grave foi a falta de medicamentos nas unidades de saúde. De acordo com Jaime Calado, mais de 500 mil unidades de remédios foram encontradas vencidas nos estoques da Secretaria Municipal.

“Os médicos especialistas deixaram de atender desde dezembro por falta de pagamento”, declarou. Para solucionar os problemas, a nova gestão já retomou o abastecimento de medicamentos, iniciou um plano de ampliação dos serviços médicos e garantiu a continuidade das obras do hospital municipal, paralisado desde o final do ano passado.

A área de educação também foi um dos pontos abordados na mensagem. O município caiu do 6º para o 86º lugar no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), refletindo a falta de investimentos nos últimos anos. Jaime Calado destacou que 20 escolas foram encontradas em estado de deterioração, sem estrutura adequada para alunos e professores.

Entre os principais problemas estão falta de merenda escolar de qualidade, redução dos investimentos no ensino integral e falta de materiais básicos e equipamentos. “Temos crianças na 4ª e 5ª série que ainda não sabem ler. Precisamos urgentemente de um reforço escolar para reverter essa situação”, afirmou o prefeito. Para enfrentar esses desafios, o município anunciou a construção de cinco novas creches e três escolas nos próximos quatro anos, além da ampliação do ensino integral e programas de reforço escolar.

No setor de infraestrutura, Jaime Calado afirmou que a gestão passada deixou São Gonçalo em situação crítica, com buracos nas ruas, iluminação precária e obras inacabadas. O prefeito citou o caso da Guarda Municipal, que teve sua estrutura sucateada. “As viaturas que compramos anos atrás ainda estavam em uso, sem manutenção. A sala de videomonitoramento foi fechada, e os rádios de comunicação pararam de funcionar porque as baterias não foram substituídas”, denunciou.

Entre as principais ações do novo governo para recuperar a infraestrutura estão a construção da ponte dos mártires, facilitando o acesso ao Aeroporto de Natal, a construção de um cemitério-parque, garantindo estrutura adequada para sepultamentos, a expansão do saneamento urbano e melhoria do abastecimento de água e o reaparelhamento da Guarda Municipal e instalação de câmeras de monitoramento.

Apesar do cenário crítico, Jaime Calado garantiu que a Prefeitura está adotando medidas emergenciais para restabelecer os serviços públicos e colocar São Gonçalo do Amarante nos trilhos. “Não há espaço para lamentações. Estamos aqui para reconstruir”, afirmou.

As prioridades para 2025 incluem a retomada e ampliação das obras do hospital municipal, a distribuição de medicamentos e atendimento médico especializado, a criação de um programa de reforço escolar e ampliação do ensino integral, a melhoria da infraestrutura e recuperação de ruas e avenidas, o apoio ao comércio local e atração de novos investimentos para gerar empregos e a regularização fundiária, garantindo escrituras para moradores.

Para viabilizar essas ações, a Prefeitura deu início a uma auditoria completa nas contas públicas e pretende priorizar a transparência na gestão. “Cada centavo da Prefeitura será tratado com zelo. Nenhuma obra será abandonada, nenhum serviço será negligenciado e nenhum são gonçalense será esquecido”, concluiu Calado.

Agora RN*

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