Engavetamento da CPI da Arena das Dunas que investigava suspeitas de 420 milhões de reais de dano ao erário é atestado da moral de ocasião na política do RN

Por Daniel Menezes*

CPI da Arena das Dunas foi engavetada. Trata-se da moral de ocasião política no RN. Estamos falando de suspeitas de 420 milhões de reais em danos ao erário, conforme a controladoria do estado. Comparando a CPI da Covid na AL a coisa fica mais didática.

Com a CPI da Covid, o regimento foi alterado para que as sessões fossem transmitidas, já que o regimento anterior impedia. Ampla cobertura da imprensa e muito discurso de combate à corrupção. Falas absolutamente iradas podiam ser ouvidas nas rádios da cidade, aquelas que defenderam ivermectina durante a pandemia e eram contrárias ao isolamento.

A CPI, que durou 126 dias, pediu o indiciamento do secretário de saúde de Natal e da governadora, em que pese todos os contratos terem sido aprovados pelo TCE e pelo MP.

Agora, com a CPI da Arena das Dunas a transmissão foi vetada e o tempo de duração permitido foi de 60 dias. Com direito a parecer da procuradoria da casa, após provocação do suplente da comissão Getúlio Rego, que foi líder do governo Rosalba, a que fechou o contrato com a suspeita de quase meio bilhão. O regimento utilizado foi o velho. Quer algo mais auto-explicativo do que isto?

Lembra, caro leitor, dos pronunciamentos ensandecidos do Coronel Azevedo? Pois bem, ele votou pelo arquivamento do relatório que pedia indiciamentos dos possíveis culpados. Já esqueceu de Tomba falando em combate à corrupção na CPI da Covid? Ele também votou pela gaveta como destino do relatório.

A estridência anticorrupção é assim. Cai quem quer por interesse. Ou por ingenuidade.

Um dos maiores crimes do Rio Grande do Norte, a derrubada de um estádio e de um ginásio recém reformados, para um estado pobre se endividar por duas décadas, foi para a lata de lixo da história.

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