O estudante de direito Lucas Fagundes revelou em sua conta do Instagram que os pais dele foram expulsos da congregação que frequentam na igreja Assembleia de Deus.
Ele frequentam a instituição há dez anos e agora estão impedidos de ir aos cultos por se recusarem a votar na reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Leia o desabafo:
Após mais de uma década na Assembleia de Deus, meus pais se viram obrigados a deixar a congregação.
Quem perde com isso é a própria igreja, meu pai já ocupou vários espaços na Bela Vista I, um homem devotado a sua fé, ajudava em tudo que podia, ficava na recepção, já foi tesoureiro, também já foi professor da escola dominical, já minha mãe foi da bandinha, participava do círculo de oração, também já foi da comissão de visita. Eles acreditavam que crer em Jesus, dar o dízimo e fazer a obra era suficiente, mas não foi.
Nas eleições presidenciais de 2022 eles viram a igreja de Cristo virar um comitê de campanha, os grupos de WhatsApp que antes eram repletos de mensagens bíblicas deram lugar a notícias falsas, textos em tom alarmante denunciando a “ameaça petista”, e áudios de pedido de oração pela vitória de Bolsonaro. Pessoas com grande influência dentro da igreja orientando os fiéis de como eles deveriam votar, não fosse suficientemente imoral silenciar a respeito das “fake news” nos grupos, como se existisse um “salvo-conduto” para mentir, desde que seja contra o adversário, muitas vezes são eles próprios os propagadores dessas mentiras. Quando a política da mentira e da intolerância entrou na Assembleia de Deus, Cristo saiu pela porta dos fundos, meus pais, como bons cristãos, seguirão seus passos.
Jesus Cristo não tem título de eleitor, por isso, não poderá votar, nem em Lula e muito menos em Bolsonaro, mas meus pais, que me enchem de orgulho, dia 30 votarão em Lula.