Médicos que atuam na UTI do Hospital Walfredo Gurgel ameaçam interromper os atendimentos após o atraso dos salários de seis meses. Em assembleia realizada no Sindicato dos Médicos (Sinmed-RN), a categoria decidiu que, caso os pagamentos não sejam regularizados até o dia 25 de março, irão paralisar os serviços.
A categoria, contratada por meio da empresa de Serviço de Assistência Médica e Ambulatorial (Sama), denuncia que os repasses financeiros do Estado não ocorrem desde outubro de 2024.
Em razão do descumprimento do acordo, os médicos estabeleceram um prazo até 25 de março, às 16h, para que os salários dos meses de outubro e novembro de 2024 sejam pagos. Caso o pagamento não seja efetuado, uma nova assembleia será realizada no mesmo dia para deliberar sobre a possibilidade de iniciar a paralisação no dia 26 de março.
O presidente do Sinmed-RN, Geraldo Ferreira, lembra que existe um acordo pré-processual feito em audiência de conciliação, realizada pela Justiça Federal, com a participação do sindicato, do Conselho Regional de Medicina (Cremern), da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) e da Sama. O acordo prevê que os atrasos salariais não podem ultrapassar três meses.
Além das UTIs do Walfredo Gurgel, os hospitais da Polícia, Santa Catarina, Giselda Trigueiro e Deoclécio Marques (todos em Natal, sendo apenas o último localizado em Parnamirim) também podem ter os atendimentos paralisados, totalizando 9 UTIs, caso o repasse financeiro do Estado não seja efetuado até o dia 25.
O que diz a Sesap
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) disse que “mantém negociações” com a empresa prestadora de serviço médico e busca efetuar o pagamento até a próxima terça-feira (25), evitando assim a paralisação. “A gestão está adotando todas as medidas cabíveis e urgentes para garantir a continuidade dos serviços essenciais”, diz a nota.
A Secretaria enfatiza que “segue enfrentando dificuldades financeiras decorrentes da queda significativa na arrecadação do ICMS em 2024”, proveniente das leis federais 192 e 194, de 2022, que reduziram a cobrança do imposto dos estados sobre combustíveis, telecomunicações e energia elétrica.
“O efeito do reajuste da alíquota do ICMS, aprovado para 2025, só acontecerá a partir de abril, quando a gestão estadual iniciará gradativamente o reequilíbrio das contas”, afirmou a pasta.
Com informações da 98 FM