O Governo do RN realiza na tarde desta quinta-feira, 28, uma reunião com secretários dos municípios da Região Metropolitana de Natal para tratar de medidas conjuntas para fortalecer o isolamento e proteger as pessoas mais vulneráveis à Covid-19. Dentro dessa parceria com as Prefeituras, o Governo também vem cedendo equipamentos médicos com o intuito de ampliar o atendimento em hospitais municipais.
Somente nos últimos dias, o Governo do RN fez a cessão de 40 monitores, 40 bombas de infusão e 11 ventiladores para o Hospital de Campanha de Natal, de responsabilidade da Prefeitura da capital. A previsão é de que, com estes equipamentos, sejam abertos, ainda nesta quinta-feira, 20 novos leitos, com respiradores. No Hospital Luiz Antônio, da Liga Norte-rio-grandense contra o Câncer, em Natal, a parceria com o Governo do RN deve abrir novos leitos de UTI. Está sendo finalizada a instalação dos equipamentos entregues no início da semana, ampliando de 14 para 20 UTIs.
Além da ampliação do atendimento, outra preocupação é o isolamento social. O secretário estadual da Saúde, Cipriano Maia, informou que durante a reunião de hoje, com os municípios, será discutida a intenção de estruturar comitês de bairro para fazer o convencimento das pessoas a respeitarem as medidas protetivas e, possivelmente, definir medidas de constrangimento a quem não obedece.
Cipriano Maia destacou que os poderes, organismos públicos e toda a sociedade precisam fortalecer as iniciativas em curso, voltadas para melhorar as taxas de isolamento social. “Os números apresentados mostram que estamos chegando à situação mais crítica e preocupante. Precisamos de ações mais concretas envolvendo os municípios, a sociedade civil, as empresas, igrejas, todo tipo de organização. É urgente e indispensável alcançar índice de isolamento entre 60% e 70% para evitarmos a superlotação que já ocorre, há alguns dias, na rede hospitalar”, argumentou.
ORIENTAÇÃO
Nesta quinta-feira, foram iniciadas ações de sensibilização nas duas pontes de ligação à zona Norte de Natal com a finalidade de orientar sobre a necessidade do isolamento, uso de máscaras e medidas de higiene para evitar a disseminação do vírus. No Rio Grande do Norte, os dados mostram que cada infectado contamina outras duas pessoas. “É muito preocupante, por isso precisamos aumentar o isolamento para reduzir a transmissão”, considerou Cipriano.
OCUPAÇÃO DE LEITOS
Os números de leitos ocupados nesta quinta-feira nas redes hospitalares pública e privada é de 517 no total. Em leitos críticos estão 267 pacientes. Em leitos clínicos, 250. Os dados epidemiológicos sobre suspeitos e confirmados não puderam ser apresentados na coletiva realizada nesta quinta-feira, pela Sesap, devido a problemas na base de dados junto ao Ministério da Saúde, que devem ser superados até o final do dia. Os óbitos confirmados são 255. De ontem para hoje houve acréscimo de 13 óbitos, mas estão incluídos óbitos ocorridos no período de 16 a 27 deste mês, que estavam em investigação.
A taxa de ocupação de leitos é de 100% na Região Oeste. Em Natal e Grande Natal, dos 101 leitos disponíveis a ocupação é muito próxima aos 100%. Em Pau dos Ferros, 62,5%. No Seridó, onde o Governo abriu mais cinco leitos, aumentando a oferta de 17 para 22, nove leitos estão ocupados no Hospital Regional de Caicó.
A fila da regulação com pessoas aguardando internamento em leitos exclusivos Covid tem 89 pessoas em espera. Destes, 9 têm prioridade 1, 26 prioridade 2, e 54 prioridade 3.
ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO EM VULNERABILIDADE
No enfrentamento à Covid-19, o Governo do Estado também adota medidas de proteção a grupos sociais e populações específicas em situação de vulnerabilidade. A subcoordenadora de informação, educação e comunicação da Sesap, Paula Érica Oliveira, disse que foram elaborados sete planos destinados às populações negra, quilombola, de periferia, povos ciganos, indígenas, de terreiros, nômades, refugiados e imigrantes, povos do campo das águas. Além destas, os planos também atendem os movimentos por igualdade racial e de gênero e direitos da juventude.
Os planos foram discutidos com cada segmento e universidades, e destacam orientações aos municípios para atender estas populações através dos agentes comunitários de saúde e conselhos municipais. As ações estratégicas devem garantir a segurança alimentar, condições sanitárias adequadas, distribuição de insumos, educação em saúde, campanhas em redes sociais, combate à LGBTfobia, ao racismo, às violências. “São ações intersetoriais, em diálogo com os objetivos do programa RN Mais Saudável, e incluídas no Plano de contingência do Estado que é atualizado a cada 15 dias”, afirmou Paula Érica.