A Petrobras assinou com o Governo do Rio Grande do Norte, nesta segunda-feira (29), um memorando de entendimento para desenvolver um projeto-piloto que envolve a instalação de uma usina de energia eólica em alto mar (offshore), visando avaliar as reais potencialidades desta modalidade no estad. A expectativa é de que as instalações devem ser iniciadas ainda neste ano, com previsão de início de operação em 2029. Ainda não há uma definição sobre investimentos, mas o presidente da companhia, Jean Paul Prates estima que serão necessários, pelo menos, R$ 2 milhões para o projeto-piloto.
Na prática, após a assinatura do memorando, a Petrobras, juntamente com institutos de pesquisas, irá estudar a relação da produção de eólica offshore com o meio ambiente e comunidades, bem como serão avaliadas as condições locais para desenvolvimento da matriz energética a fim de adaptar equipamentos que serão utilizados pelo setor. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a usina, “provavelmente”, será fixada próximo ao Porto de Areia Branca, mas esta definição ficará a cargo de estudos que estão em execução.
“A ideia é a instalação de uma usina-piloto, com um aerogerador, provavelmente próximo ao porto de Areia Branca, mas a locação ainda está sendo analisada”, disse. A usina vai testar a relação dos empreendimentos futuros com as comunidades e o meio ambiente. Vai ser um laboratório com custo avançado da atividade de geração de energia eólica no mar no Brasil”, disse.
O início dos trabalhos de instalação da usina dependerá dos processos de licenciamento necessários. Segundo ele, por se tratar de um projeto-piloto, é autorizado a funcionar com licenças específicas que vão ao encontro da lei de energia offshore que deve ser aprovada neste semestre. A lei está sob relatoria do senador Weverton, do PDT, do Maranhão). “Após a análise da locação ideal, tem início um processo de licenciamento junto ao Ibama e enfim a contratação das estruturas para instalação. A ideia é conseguir começar a instalação ainda este ano, o que depende do prazo das licenças”, disse.
Prates destacou que os estudos serão feitos, especialmente, pelo Instituo Senai de Energias Renováveis, do Rio Grande do Norte. A parceria com o Executivo estadual, segundo diz, irá facilitar o diálogo no tocante às políticas locais. “O Governo do Estado facilita a interação com as políticas próprias, com as comunidades da pesca, do turismo, da navegação costeira e outras, porque tudo isso precisa estar em harmonia. Essas discussões são importantes para evitar a postergação de projetos lá na frente, como aconteceu em outros países”, pontuou Jean Paul Prates.
Alguns estudos para que se chegue a valores referentes a investimentos e ao potencial instalado ainda estão em curso. “Sabe-se que será um orçamento de pesquisa de desenvolvimento, portanto, não são investimentos de um parque eólico inteiro, mas de uma turbina que será colocada no mar, com investimentos de, pelo menos, R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões”, sublinhou o presidente da Petrobras.
A governadora Fátima Bezerra (PT) comemorou a assinatura do memorando e destacou o pioneiro do projeto-piloto no Brasil. “Mais uma vez o RN está assumindo uma posição de vanguarda no contexto de expansão das energias renováveis. Estamos assinando um memorando que tem o objetivo de desenvolver a eólica offshore com uma empresa que tem um preparo técnico inquestionável, com uma ampla expertise”, concluiu a governadora.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA) já recebeu 14 pedidos de licenciamento para a instalação de complexos eólicos offshore no RN, conforme última atualização do órgão, em 18 de janeiro deste ano, sendo três da Petrobras, (não está incluso aí o projeto-piloto). Os parques devem ser desenvolvidos na próxima década, a partir de 2030, e resultar, segundo prevê o Governo em investimentos na ordem de R$ 60 bilhões.
Tribuna do Norte