O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, afirmou nesta quarta-feira (16), em entrevista ao programa Repórter 98, da 98 FM Natal, que a investigação sobre as práticas comerciais brasileiras, especialmente diante da ameaça de tarifas por parte dos Estados Unidos, está embasada em justificativas “sem coerência” e pode levar a sérias consequências para a economia do país.
Presidente da Fiern critica investigação comercial dos EUA contra o Brasil e alerta para risco de “suicídio” econômico
— 98 FM Natal (@98FMNatal) July 16, 2025
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Serquiz vê um pano de fundo político nas investidas contra o Brasil e critica a forma como o cenário está se desenrolando no âmbito internacional. “Veja que na carta principal fala de Bolsonaro e fala do STF. Há simulações com relação a todo o comportamento do nosso presidente. Agora vem essa busca de investigação através da 301”, afirmou, em referência à Seção 301 da lei comercial americana, usada por Washington para aplicar sanções a países sob alegação de práticas desleais.
Ele completou: “Quer dizer, eu acho que é isso que não precisava acontecer. É isso que nós não gostaríamos que acontecesse. Infelizmente está acontecendo uma disputa política.”
Durante a entrevista, o dirigente da Fiern também alertou para o impacto de um eventual confronto entre os países, sem que haja espaço para diálogo. “Essa troca, digamos assim, não vai construir nada. E é o que a gente está torcendo para que os ânimos se animem”, disse, ao comentar a tentativa frustrada de buscar mais tempo para negociações diplomáticas. “Por isso que eu digo: alguma coisa está em curso. Está em curso. Porque é suicídio”, afirmou.
Na avaliação de Serquiz, o Brasil se encontra diante de um ponto de atenção, com apenas dois caminhos possíveis: ou se encontra uma solução de equilíbrio, ou o país sofrerá consequências econômicas graves. “Ou é uma ou dois, não tem duas saídas. Ou está alguma coisa que está acontecendo que está sendo trabalhada e as coisas estão caminhando para um posicionamento de equilíbrio (…) ou é suicídio, sobretudo para o nosso país, do ponto de vista econômico. As consequências são gigantes”, declarou.
Ele ainda reforçou o peso das exportações brasileiras e o impacto que medidas retaliatórias podem ter sobre elas.
“As commodities estão aí. Tem o café, tem a laranja, tem a própria carne. Se a gente está somatizando aqui uma economia nossa, que a gente está falando de quase 47 milhões de dólares que foram exportados, tu imagina a nível nacional qual é a proporção exata disso aí.”