Professores, estudantes e técnicos administrativos do IFRN anunciaram paralisações semanais a partir dos dias 18 e 19 de agosto em protesto contra a intervenção federal e os efeitos da atual gestão no dia-a-dia da instituição. A decisão foi divulgada no final da noite de sexta-feira (14) após assembleia unificada entre as três categorias.
Em razão da pandemia, a votação ocorreu de forma virtual e contou com a participação de 108 votantes para as duas propostas apresentadas. Com 48 votos venceu a sugestão de paralisações semanais com análise da conjuntura. Outros 33 servidores votaram por greve por tempo indeterminado e 27 se abstiveram.
A assembleia unificada foi motivada pelas agressões contra estudantes ocorridas em 11 de agosto. Na ocasião, o interventor Josué Moreira acionou a Polícia Militar alegando depredação do patrimônio público. Uma estudante teve o celular tomado por um policial e outros estudantes foram agredidos. Um servidor técnico também foi atropelado na entrada da reitoria.
A governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra afastou o policial que comandou a operação até que as investigações sejam concluídas.
De acordo com o Sinasefe, sindicato que agrega professores e técnicos administrativos, a comunidade do IFRN volta a se reunir dia 21 de agosto para avaliar e construir a agenda de novas paralisações.
Intervenção
O IFRN está sob intervenção federal desde 20 de abril, quando o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub atropelou o processo eleitoral na instituição e nomeou, à revelia da comunidade, o professor Josué Moreira para o cargo de reitor pro-tempore. O escolhido foi uma indicação política do deputado federal bolsonarista general Girão Monteiro e sequer disputou a eleição em dezembro de 2019 vencida pelo professor de Educação Física José Arnóbio de Araújo.
A comunidade não aceita a intervenção e já realizou vários protestos contra o atual interventor Josué Moreira.
Saiba Mais*