Com alta de mortes, Bahia usará câmaras frigoríficas para armazenar corpos

UOl – A escalada de mortes por covid-19 na Bahia levou a gestão Rui Costa (PT) a licitar a compra de câmaras frigoríficas para o armazenamento de corpos de vítimas da doença. Segundo o edital do certame, serão adquiridos 24 equipamentos, a um custo total de R$ 768.199,92. Cada um dos itens tem a capacidade de abrigar até três cadáveres.

O resultado da licitação foi publicado na edição de hoje do Diário Oficial do Estado.

O modelo é semelhante ao utilizado no Amazonas, tanto no ápice da pandemia, em abril do ano passado, quanto no repique de infecções, entre dezembro e janeiro. Todas as câmaras serão instaladas em hospitais da rede estadual — nenhum deles, portanto, irá para unidades móveis de campanha. Outros lotes do equipamento poderão ser adquiridos à medida que houver necessidade, informou ao UOL a Sesab (Secretaria de Saúde da Bahia).

88% de ocupação de leitos

A medida foi tomada diante do iminente colapso no sistema de saúde baiano, cuja ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) alcançou 88%. Até o início da noite, ao menos 1.080 pacientes eram assistidos em hospitais da rede pública, a maior marca registrada desde o início da crise sanitária.

Em Salvador, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) enfrentam situação caótica devido à demanda de doentes que chegam do interior. Somente ontem (11), 129 de pessoas esperavam por vagas em leitos de UTI. Em todo o estado, 418 pacientes aguardam transferência. Ao mesmo tempo, a Bahia passou a contabilizar uma explosão de óbitos diários decorrentes de síndrome respiratória aguda grave. Nas últimas duas semanas, mais que dobrou o número de mortes diárias reportadas nos boletins epidemiológicos.

Enquanto na primeira onda da contaminações eram notificados entre 40 e 50 óbitos num intervalo de 24 horas, agora são contabilizadas mais de 100 vidas perdidas no mesmo período.

Mesmo com medidas para conter a disseminação da covid-19 ainda em vigor, a tendência é que o governador Rui Costa e o prefeito Bruno Reis (DEM) prorroguem as restrições por meio de decretos a serem editados o início da próxima. “A situação é desesperadora. Eu acredito que, caso a gente não consiga abrir novas vagas, eu e o governo do Estado, ou a gente tenha um número grande de altas hoje na rede hospitalar, nós vamos colapsar amanhã nas primeiras horas do dia”, declarou em entrevista à TV Bahia o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates.

Capital abrirá 1.125 novas sepulturas.

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