Novo remédio para tratar Alzheimer em estágio inicial é aprovado pela Anvisa

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira, 22, um novo medicamento indicado para o tratamento de doença de Alzheimer em estágio inicial que demonstrou, em ensaios clínicos, capacidade de retardar a doença em 35% em casos menos avançados.

O donanemabe, de nome comercial Kisunla, da farmacêutica Eli Lilly, foi aprovado nos Estados Unidos em julho do ano passado, mas especialistas ponderam que, embora seja um avanço, é necessário ter cautela, pois o tratamento pode apresentar riscos.

Indicado para pessoas que já apresentam comprometimento cognitivo leve ou estágio leve de demência, o medicamento demanda ainda a comprovação de que o paciente apresenta o acúmulo da proteína beta-amiloide, cujas placas interferem no funcionamento no cérebro. A detecção pode ser feita por exames invasivos, como análise do líquor, fluido presente na medula espinhal.

Em ensaios clínicos, voluntários que receberam doses intravenosas a cada quatro semanas foram comparados com um grupo placebo ao longo de 18 meses. Aqueles que utilizaram o anticorpo monoclonal da Eli Lilly apresentaram redução na progressão da doença. Em comparação com o placebo, os participantes com um estágio mais precoce da condição tiveram retardo do declínio clínico de 35%. No grupo geral com Alzheimer, também comparado com o placebo, foi de 22%.

É importante destacar que o medicamento retardou o avanço da doença, que é progressiva e ainda não tem cura. “Estamos entrando em uma nova era no tratamento da doença de Alzheimer, um momento que inspira empolgação, mas também exige cautela e muita responsabilidade”, explica a neurologista Claudia Ramos, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).

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