O deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) é alvo de uma representação no Conselho de Ética da Câmara por ter afirmado que daria tiros no peito dos antifascistas e por tê-los desafiado a brigar durante manifestação no último dia 31. O processo está sendo movido por congressistas da Rede, Psol e PSB e foi protocolado na Mesa Diretora da Casa. Além desse processo, o deputado foi alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (16), por suspeita de incentivar e financiar manifestações antidemocráticas. No final do dia, o sigilo bancário de Daniel também foi quebrado.
Em vídeo publicado em seu Twitter, o deputado afirma que torce para pegar um antifascista na rua e que esse tente agredi-lo para que ele possa descarregar sua arma. Ainda segundo o próprio deputado, durante a manifestação ele chamou os opositores ao governo para a briga, pois queria “pegar só um para dar o exemplo”, mas os manifestantes se recusaram.
Na representação, os congressistas relembram outros atos do parlamentar, desde antes de assumir o mandato. Em 2018, Daniel quebrou uma placa em homenagem a vereadora Marielle Franco, que foi brutalmente assassinada por milicianos no Rio de Janeiro.
Em 2019, conforme mostra a representação, Daniel Silveira fez um discurso na Câmara que foi visto como racista. Ele afirmou que como policial teve “o prazer e o desprazer” de atuar em operações em vários morros do Rio de Janeiro e que se muitos negro morrem, isso aconteceria porque existem “mais negros com armas, mais negros no crime e mais negros no confronto com a polícia”.
O documento relembra ainda do projeto de lei apresentado pelo deputado, que prevê classificar os antifascistas, grupo que ele prometeu matar se “tiver a sorte” de ser confrontado, como terroristas.
A representação é assinada pelos congressistas: Joenia Wapichana (Rede-RR), Fernanda Melchionna (Psol-RS), Alessandro Molon (PSB-RJ), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Tábata Amaral (PDT-SP), José Guimarães (PT-CE) e Rodrigo Agostinho (PSB-SP).
O Congresso em Foco tentou contato com o deputado, mas não obteve resposta.
Daniel Silveira é alvo de outra representação no Conselho de Ética, apresentada pelo próprio partido que o elegeu. No documento, o presidente do PSL Luciano Bivar, relembra que Daniel gravou uma reunião privada para os deputados do partido e divulgou para a imprensa.