Veja como as águas da transposição do Rio São Francisco vão chegar ao RN

O projeto passou por quatro gestões federais e ainda tem etapas a serem realizadas, como a construção de um ramal que deverá levar levar água a toda a região Oeste potiguar, inclusive Mossoró – o Ramal Apodi.

Ao todo, a transposição já teria custado cerca de R$ 14 bilhões. Segundo o governo federal, R$ 3,5 bilhões foram investidos somente desde 2019 e representam cerca de 25% do total investido.

Até agora, não houve obra relacionada à transposição no território do Rio Grande do Norte. A água do Rio São Francisco que chega pela primeira vez ao estado entra no território potiguar pelo leito de um rio que já existia: o Piranhas-Açu.

Após abertura das comportas na barragem Engenheiro Avidos – em Cajazeiras (Paraíba) – onde a água da transposição chegou em janeiro, a água passa pelo reservatório São Gonçalo, em Sousa, no mesmo estado, e se mistura às aguas do Rio Piranhas-Açu, entre os municípios de Pombal e São Bento.

Seguindo o curso do rio, finalmente a água vai entrar no Rio Grande do Norte por Jardim de Piranhas, em um trecho localizado há cerca de três quilômetros do centro do município seridoense.

Quando as águas entrarem no Rio Grande do Norte, deverão abastecer a barragem Oiticica, em Jucurutu, e seguir até a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu.

Membro do comitê gestor da bacia hidrográfica Piancó-Piranhas-Açu, Procópio Lucena comemora a transposição como um marco da engenharia brasileira e calcula que cerca de 600 mil pessoas que moram no entorno dessa bacia hidrográfica deverão ser beneficiadas com a chegada das águas ao Rio Grande do Norte.

Por outro lado, ele considera que a obra ainda não está concluída e ainda há muito o que ser feito. Procópio apontou que o Piranhas-Açu ainda não passou por uma revitalização, como previsto no projeto.

Segundo ele, também não foram construídos os portais de entrada da água – que permitem calcular a quantidade de água enviada. A informação é importante, porque a água da transposição deve ser paga pelos beneficiados.

“Outra questão grave é a do saneamento e os lixões. Essa bacia (Piranhas-Açu) tem 147 cidades (entre Paraíba e Rio Grande do Norte), sendo que nem 15% tem saneamento. Estamos recebendo água ou esgoto?”, questiona o membro do comitê gestor.

Procópio ressaltou que a entrada por Jardim de Seridó é apenas uma das previstas pelo projeto da integração do Rio São Francisco e considera que a outra, do Ramal do Apodi, ainda poderá levar anos para ser concluída.

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